Fonte: Portal Revista Meio Ambiente
As micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) exercem papel de grande importância na economia brasileira, seja gerando empregos, arrecadação de impostos ou ainda por oferta de produtos e serviços a diversos segmentos da economia.
Apesar de sua relevância no cenário brasileiro, enfrentam muitos desafios, entre eles: altos impostos e carga tributária, capital deficiente, concorrência, dificuldade de planejamento e gerencial do empreendedor, sendo estes são alguns dos enfrentados pelas pequenas e médias empresas. Segundo o SEBRAE, a taxa de sobrevivência das empresas com até dois anos de atividade, no período de 2007 a 2010, foi de 75,6% no entanto cerca de 24% das empresas nascidas neste período não sobrevivem.
Além disso, com a evolução das discussões sobre desenvolvimento sustentável no ambiente empresarial, as grandes empresas têm incorporado este tema como um critério no processo de compras. Onde os atributos, preço, qualidade e entrega são complementados por práticas de sustentabilidade.
Esta visão de compras sustentáveis tem por pano de fundo o conceito de ciclo de vida, o que significa dizer que o impacto gerado na produção de um determinado produto não é apenas aquele gerado dentro de seus muros. É necessário se atentar a todas as etapas desde a extração da matéria prima até o consumidor final. Logo, a cadeia de valor é fundamental para que todos os elos desta cadeia contribuam para que o produto entregue ao consumidor tenha de fato gerado menos impactos sociais e ambientais.
Diante disso, as MPMEs têm sofrido pressões de grandes empresas, as quais são fornecedoras, para o atendimento de alguns critérios de sustentabilidade. Os consumidores, por sua vez, estão cada vez mais informados e demandando produtos e modelos de produção que agridam menos o meio ambiente, sejam socialmente adequados e economicamente viáveis.
Atualmente existem iniciativas, individuais ou setoriais, que buscam além de incorporar tais critérios em seus processos de compras, em alguns casos, capacitam e treinam seus fornecedores para ajudá-los no aprimoramento deste tema.
Mesmo a gestão com orientação à sustentabilidade sendo entendida como vantagem competitiva, que segundo Porter (1986), consiste em “liderança em custo, diferenciação e enfoque.” As questões financeiras ainda são um dos obstáculos apontados por MPMEs na implantação de práticas de sustentabilidade; além disso, destaca-se a necessidade de formação e conscientização dos trabalhadores, pois é a grande força motora que impulsionará a operacionalização de tais medidas no dia a dia da empresa.
Logo, é muito importante o apoio de órgãos setoriais e das grandes empresas neste processo de transformação do modelo de compras e ainda, no apoio às micro, pequenas e médias empresas para esta mudança de valores.